domingo, 28 de março de 2010

Na Baia de Luanda

Publicamos esta fotografia de 1975 que o Santiago (um “furriel” Alentejano) nos enviou, nela se pode observar parte da Baia de Luanda, com o edifício do BCA ao fundo, quanto aos amigos que estão com o Santiago é que não sei quem são.

domingo, 21 de março de 2010

Era assim há 35 Anos

Esta fotografia que o “Furriel” Jorge Araújo descobriu no baú, remetem as recordações para a Base de Saurimo onde estivemos há 35 anos.
Os “garbosos” militares são, segundo a sua descrição: o David, o Jorge Araújo e o “Santarém” (Julgo que o “Santarém” é o Edgar Duarte). Eram assim os “duros” tempos de 75, conforme se pode observar.

domingo, 14 de março de 2010

As "estórias" dos amigos

Por terras talvez nunca antes, caminhadas
Lá ia soldado jovem, de seus pais, amigos, talvez namorada...
... Muito querido
Atravessando matas, morros e picadas
Corpo cansado, saudoso, sem um gemido

Quando tenho algum tempo disponível dou uma olhadela aos blogues e acho que tem cabimento aqui algumas “estórias” mesmo que não tenha pertencido ao vosso Batalhão.
Ora, quando acabei o curso na Escola tive um ou dois "trabalhos", mas nada de especial, até que o serviço militar me bateu à porta e como era difícil escapar lá fui mobilizado para a guerra colonial " período não muito orgulhoso da nossa história". Depois de uma estadia em Mafra, Évora e Abrantes lá embarquei para Angola com destino a Nambuangongo, terra onde o Manuel Alegre escreveu " Nambuangongo, meu amor" tu não viste nada. O tempo lá foi passando, nessa zona de guerra aberta e então passado uns doze meses fomos para a zona Ucua/Quibaxe e quando estava já nos últimos seis meses de serviço cumprido e comprido e estando eu na Fazenda Santo António, tive a missão de me deslocar a Pango Aluquem (aldeia na região dos Dembos), num anoitecer bastante chuvoso, com o fim de ir buscar um remédio, para um soldado que se encontrava bastante doente. Para tudo ser mais rápido, apenas o soldado condutor o 711, um outro soldado o Nisa e eu, partimos para essa gincana com curvas, buracos e mais... Embora bons conhecedores do caminho que nos levaria à pequena aldeia onde havia um posto medico. A "picada", nome dado a essas pequenas vias de mau piso, mas que poderiam ter quilometras de extensão, estava em péssimas condições e a todo o momento o jeep poderia ficar "empanado", e foi isso que aconteceu. Mais ou menos a meio do caminho eu sabia que havia um cemitério do povo daquela área e vinha a pensar...e se o jeep. agora se despistasse aqui neste sitio!.? ainda o pensamento estava em minha mente e lá estava a viatura na valeta. Tentamos, tentamos por todos os meios possíveis trazer o jeep de volta à "picada" mas a missão tornou-se impossível. Eu como Furriel Milº encarregado da dita chuvosa e um tanto perigosa tarefa de trazer o mais rapidamente a tal medicina para o soldado que se encontrava enfermo, tive que decidir o que poderia ser feito. Disse ao condutor; a viatura não pode ficar abandonada, ficas aqui escondido, não na viatura; com a arma (uma G3) e eu vou com o Nisa à Sanzala pedir ajuda. Eu notei que a cara do condutor foi algo de descontentamento ou pavor, mas coitado por lá ficou. Eu e o outro soldado lá partimos para uma caminhada de uns dois quilómetros, umas vezes correndo, outras a passo apressado até que chegamos e ainda se viam umas ténue luzes em algumas das "cubatas", mas eu dirigi-me directamente aquela que era a do "Soba" (entidade máxima da sanzala) e lá lhe contei o sucedido a que ele se prontificou a dar ajuda e lá partimos, talvez uns dez, de volta ao local onde estava a viatura. Quando se estávamos a aproximar do cemitério apercebi-me que havia um pouco de nervosismo entre os "nativos" e perguntei o porquê, embora eu já soubesse a resposta pois comigo acontecia o mesmo ou era o respeito ou o medo do Além. Em poucos minutos o "nosso " jeep estava de volta na picada pronto a seguir em frente, só que todos quiseram ir de volta na viatura e com boa vontade e apreço lá fomos todos como sardinhas enlatadas sem tampa. Prometi que na próxima vez que por lá passasse levaria umas cervejas e assim aconteceu, 24 " CUCAS e 24 "NOCAL", Nota (a medicina que trouxemos para o soldado doente e não só... eram uns comprimidos L.M. (laboratorio militar), uns "QUININOS" e uma pomada. Coisas destas aconteceram, não só a mim, mas a muitos de nós jovens de vinte e poucos anos e atravessar matas, morros e picadas, talvez nunca antes caminhadas e agora quem somos? Quando olhamos os nossos filhos de quarenta e mais anos e alguns netos da mesma idade em que nos enviaram para longe, olhamos eles e ainda os vemos como crianças, os nossos meninos.

E nós?...

Joaquim Chaves
Canadá

domingo, 7 de março de 2010

2ª Companhia – II – O Dondo

Estas bonitas imagens do álbum do “Alferes” António Freire da 2º Companhia, deixam no ar alguma nostalgia a quem como nós passou pelo Dondo, banhado pelo imponente Rio Kuanza.