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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Dois condutores da CCS

Olhem só como eram jeitosos estes dois rapazes da CCS, o “Madeirense” Corte e o “Mangualdense” Evaristo. Eram dois dos condutores da CCS e enquanto estivemos por Angola, cultivaram uma amizade que não esqueceram.
Já agora conto uma pequena história, antes do Corte começar a vir aos nossos encontros o Evaristo perguntava-me pelo “Kurt Waldheim” (que na altura era o secretário geral da ONU), e eu só mais tarde é que percebi que era a alcunha do Corte. (Corte e Kurt…faz sentido).



sábado, 13 de junho de 2015

Recordando um Amigo

Recordamos hoje aqui o “Furriel Piteira”  através de uma história que ele publicou no seu Blog uns meses antes de falecer.
Vale a pena ler, até pelo facto de estar muito bem escrito.

…Sei, mas não tinha era a consciência do que poderia ter acontecido. quando a coluna militar parou pela manhã em SALAZAR, assim se chamava até 1975, em que a 3ª companhia do BAT CAV 8322/74 , se deslocava para uma nova ZA ( Zona de acção). Nosso destino Catete pela importância histórica, foi lá que nasceu o líder do MPLA AGOSTINHO NETO .
Foi uma viagem de regresso, vínhamos aproximando de Luanda, deixamos para trás Saurimo , mais propriamente o AB4 onde estivemos aquartelados durante uns meses interagindo com a cidade lá em baixo a 2 ou 3 kms.
A coluna militar partiu e eu uns quilómetros passados é que me apercebi da extensão da mesma, no momento já era uma coluna mista acompanhava-nos mais de 70 carros civis, sentir-se iam mais seguros viajar com a tropa portuguesa a finalidade deles era chegar a Luanda para vir para Portugal. Os chamados Retornados!
Todo o Norte de Angola já estava no domínio do MPLA já não havia conflitos portanto até N`dalatando foi uma viagem de turismo apreciando a vistas e divertindo-nos com as peripécias que aconteciam às viaturas já velhas a gastas, eram " abatidas " ali mesmo montanha abaixo.
Desta vez tive o privilégio de viajar instalado dentro da cabina de uma Berliet , sem ar condicionado com quilos de pó no camuflado.
Como a coluna em andamento de estendia por vários quilómetros era difícil passar mensagem todo com aquele roncar dos motores se a primeira viatura parasse só meia hora depois pararia a ultima assim lá íamos todos contendes da vida , ficaríamos uns metros mais perto de casa , por ironia assim que cheguei e para animar estava um cartaz de boa vindas e irónico - Maçarico está a 10.000 Kms do PUTO (Portugal).
Que linda que estava MALANGE à vinda, destroçada que estava à ida , porém já não estaria o Dono do restaurante onde não pagamos o jantar uns meses antes ...... para lhe liquidar a dívida .
Serpenteando pela estrada daqueles montes e vales e já perto de N`Dalatando aproximava-se sarilhos, já anoitecia a coluna parou na cidade pesava eu que era para passarmos a noite . mas não, uma barreira do MPLA que não queriam deixar-nos passar.
Só passariam os militares os civis não , que grande embrulhada , não deixaríamos nas mão dos guerrilheiros os civis , que poderia acontecer eu não sei mas deduzo ...
Altas patentes reunidas em conversações que duraram quase toda a noite , fomos avisados que poderia dar para o "torto" para estarmos preparados .....
No meu caso preparei-me mas foi para comer um arroz quente com mandioca duma amável e linda mestiça que foi com a minha cara, que já estava farto da ração de combate, chocolate com leite e conservas aquecidas na pólvora das balas ...
Por fim lá foi desbloqueada a situação e tudo seguiu conforme, partimos cedo a ainda parámos em Cambambe onde estava instalada uma companhia do nosso Batalhão, para montar segurança a barragem.
E assim chegamos a CATETE e os civis seguiram para Luanda .


Uma história do Zé Piteira 

domingo, 29 de abril de 2012

Um texto do Zé Piteira

 
De malas aviadas.... éramos chegados ao aeroporto de Luanda , para tomar-mos o avião do TAM para Lisboa , missão cumprida e para trás ficaria a bela e quase Ex.colónia Portuguesa , ANGOLA , estávamos em 31 de Outubro de 1975.
Quando olhei o avião, ri de alegria e ainda ri mais quando subo a escadas a detecto uma cara conhecida, era um amigo da marinha e de Sousel , Carlos Dimas feliz encontro, tive logo a sensação que não seria uma viagem aborrecida e não foi ....
Não eram hospedeiras, mas em comparação a uma viagem que fiz em 2010 na TAP o serviço de de Catering foi bastante superior , desde aperitivos ao próprio jantar...talvez estivessem a honrar os seus heróis ou então porque eu viajava a lado de um oficial superior , que me faria sentir um bocado constrangido , a coisa teria sido mais fácil se viéssemos à civil , em cima dos ombros do homem estavam três galões , dois estreitos e um largo, olha com o que tive de lidar durante as aproximadamente oito horas de viagem.
Palavras dele - o que vai fazer quando chegar ? Meu tenente - coronel , não sei , logo se verá , logo ele entendeu que eu estava sem projectos futuros . Por fim deixou-me uma sugestão , que foi, porque não continua no exercito ? Deixou-me a pensar mas a vontade de chegar à minha terra era mais forte e respondi-lhe não quero .
Que teria visto ele na minha cara , perfil para militar ou simplesmente perseverança de Alentejano para missões a cumprir ou a lealdade comparável aos que também Alentejanos estiveram ao lado do Condestável , e tivesse seguido o conselho ......
Mas lá atrás estava o Carlos Dimas que me chamou para me oferecer uma boa ceia , vinha fornecido de marisco e cerveja e assim deixei o meu companheiro de viagem a meditar e fui para a festa ! Pois não preciso de dizer mais nada.....
Apertem os cintos , estamos a chegar era a voz do comandante da nave . mais eu vibrava de alegria com a alegria das cervejolas !!!
Já em solo Pátrio e a descer as escadas do avião , esperava-nos as famílias dos militares , eu senti-me nesse momento tremendamente só, ninguém estava à minha espera, mas afinal ela era tão linda como na foto a mana de um soldado dado meu pelotão ....
E agora como vou para Sousel !!!??
O Carlos Dimas era de Sousel e o Santiago se a memória não me falha , de Évora , fizemos uma " perninha " num táxi . quanto custou !? e isso que interessava ....
O abraço do Pai que não me esperava a falta da "chama" da casa falecida uns tempos antes de embarcar para Angola , foi um regresso de felicidade comedida .
Projectei um hiato de uns meses para adaptação aos novos desafios que esperava irem surgindo ........ e foram .

domingo, 18 de março de 2012

Não sei que aconteceu em N`dalatando


Sei, mas não tinha era a consciência do que poderia ter acontecido. quando a coluna militar parou pela manhã em SALAZAR, assim se chamava até 1975, em que a 3ª companhia do BAT CAV 8322/74 , se deslocava para uma nova ZA ( Zona de acção). Nosso destino Catete pela importância histórica , foi lá que nasceu o líder do MPLA AGOSTINHO NETO .
Foi uma viagem de regresso, vínhamos aproximando de Luanda, deixamos para trás Saurimo , mais propriamente o AB4 onde estivemos aquartelados durante uns meses interagindo com a cidade lá em baixo a 2 ou 3 kms.
A coluna militar partiu e eu uns quilómetros passados é que me apercebi da extensão da mesma, no momento já era uma coluna mista acompanhava-nos mais de 70 carros civis, sentir-se iam mais seguros viajar com a tropa portuguesa a finalidade deles era chegar a Luanda para vir para Portugal. Os chamados Retornados!
Todo o Norte de Angola já estava no domínio do MPLA já não havia conflitos portanto até N`dalatando foi uma viagem de turismo apreciando a vistas e divertindo-nos com as peripécias que aconteciam ás viaturas já velhas a gastas, eram " abatidas " ali mesmo montanha abaixo.
Desta vez tive o privilégio de viajar instalado dentro da cabina de uma Berliet , sem ar condicionado com quilos de pó no camuflado.
Como a coluna em andamento de estendia por vários quilómetros era difícil passar mensagem todo com aquele roncar dos motores se a primeira viatura parasse só meia hora depois pararia a ultima assim lá íamos todos contendes da vida , ficaríamos uns metros mais perto de casa , por ironia assim que cheguei e para animar estava um cartaz de boa vindas e irónico - Maçarico está a 10.000 Kms do PUTO (Portugal).
Que linda que estava MALANGE à vinda, destroçada que estava à ida , porém já não estaria o Dono do restaurante onde não pagamos o jantar uns meses antes ...... para lhe liquidar a dívida .
Serpenteando pela estrada daqueles montes e vales e já perto de N`Dalatando aproximava-se sarilhos, já anoitecia a coluna parou na cidade pesava eu que era para passarmos a noite . mas não, uma barreira do MPLA que não queriam deixar-nos passar.
Só passariam os militares os civis não , que grande embrulhada , não deixaríamos nas mão dos guerrilheiros os civis , que poderia acontecer eu não sei mas deduzo ...
Altas patentes reunidas em conversações que duraram quase toda a noite , fomos avisados que poderia dar para o "torto" para estarmos preparados .....
No meu caso preparei-me mas foi para comer um arroz quente com mandioca duma amável e linda mestiça que foi com a minha cara, que já estava farto da ração de combate, chocolate com leite e conservas aquecidas na pólvora das balas ...
Por fim lá foi desbloqueada a situação e tudo seguiu conforme, partimos cedo a ainda parámos em Cambambe onde estava instalada uma companhia do nosso Batalhão , para montar segurança a barragem.
E assim chegamos a CATETE e os civis seguiram para Luanda .

Uma história do Zé Piteira publicada no seu Blog