Quem estava em Henrique de Carvalho no dia 11,12. e 13 de
Junho de 1975, lembra-se bem da situação que vivemos.Este texto, que uma habitante da cidade na altura, Isabel de
Barros, publicou uns anos depois, revela bem o pandemónio que foi aqueles dias
de intenso confronto entre o MPLA, FNLA e UNITA. “A guerra que começou em Saurimo a 11 de Junho, levou para
sempre os meus sonhos de adolescente, tinha 16 anos em 1975. Nesse dia
terrível, muitas pessoas morreram. Muitas casas ficaram marcadas pela fúria da
guerra. Dentro da Igreja onde nos encontrávamos, quando fomos surpreendidos
pelo intenso tiroteio, alguns projécteis entraram, não atingindo ninguém,
graças a Deus. Ao meu Pai infelizmente, coube uma tarefa não muito agradável,
como ele trabalhava na Câmara Municipal de Saurimo, e manipulava uma máquina escavadora,
foi designado a abrir valas para enterrar os corpos daqueles que haviam sido
vitimados. Foi triste. Infelizmente, são factos que não poderia ocultar, pois
fazem parte da história.”
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